Mais do que sonho: comoção!
Sinto-me tonto, enternecido,
Quando, de noite, as minhas mãos
São o teu único vestido.
E recompões com essa veste,
Que eu, sem saber, tinha tecido,
Todo o pudor que desfizeste
Como uma teia sem sentido;
Todo o pudor que desfizeste
A meu pedido
Mas nesse manto que desfias,
E que depois voltas a pôr,
Eu reconheço os melhores dias
Do nosso amor.
David Mourão Ferreira, Os Quatro Cantos do Tempo
Desfaço durante a noite o meu caminho.
Tudo quanto teci não é verdade,
Mas tempo, para ocupar o tempo morto,
E cada dia me afasto e cada noite me aproximo.
Sophia de Mello B. Andresen, Coral
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário